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Título: Correlação espacial entre renda per capita, área construída e cobertura florestal urbana em Recife - PE.
Autor: Paulo, Fernanda Vanilly de Lira
Endereco Lattes do autor: http://lattes.cnpq.br/0175688410552482
Orientador: Lima Neto, Everaldo Marques de
Endereco Lattes do orientador : http://lattes.cnpq.br/6791561445213969
Palavras-chave: Floresta urbana;Cobertura vegetal;Análise espacial (Estatística);Correlação (Estatísca);Renda;Justiça ambiental
Data do documento: 30-Set-2022
Citação: PAULO, Fernanda Vanilly de Lira. Correlação espacial entre renda per capita, área construída e cobertura florestal urbana em Recife - PE. 2022. 47 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Engenharia Florestal) - Departamento de Ciência Florestal, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, 2022.
Abstract: Since cities are complex socio-ecological systems, it is highly important to study the interrelationship between socio-economic and natural indicators within the urban environment. Studies that relate urban forest cover to income have found a positive relationship, but most are concentrated in cities in developed countries. On the other hand, underdeveloped countries tend to present an irregular pattern of land occupation and social inequalities. In this way, this work aims to verify if there is a spatial correlation between per capita income, forest cover and built-up area in the city of Recife, and if there is, to analyze whether this correlation is positive or negative, in order to provide subsidies for a fairer urban environmental planning from a socio-environmental point of view. The ground cover was made by the Recife Secretariat for the Environment and Sustainability, using an orthomosaic from 2013. The neighborhoods were used as a basic spatial unit and for income data, the gross domestic product (GDP) per capita, in reais. The following analyzes were performed: Univariate Global Spatial Autocorrelation, Univariate Local Spatial Autocorrelation, Bivariate Global Spatial Correlation and Bivariate Local Spatial Correlation. The variables tested were the percentage of forest cover, percentage of constructed area and value in reais of per capita income per neighborhood. The city of Recife presented a coverage of 1% of agricultural and aquaculture activities, 4.5% of water, 2.6% without vegetation cover, 2.5% of wetland, 49.6% of constructed area, 37.6 % Forest Cover and 2.1% Herbaceous Vegetation. The Moran Index for univariate global spatial autocorrelation was 0.339, 0.476 and 0.243 for built area, forest cover and income, respectively. For the univariate local spatial autocorrelation, a significant cluster of HH Built Area in the north and central-north regions was observed, representing 31% of the neighborhoods of Recife, a cluster LL (39%) formed by neighborhoods with very low forest cover, and for Income per capita, there is a pattern of concentration in the central-north area of the city (HH cluster), surrounded by LH clusters and existence of LL clusters in the northwest, southwest and south areas (peripheries). Moran's indices for the bivariate global spatial correlation were: Forest Cover x Income (-0.119); Forest cover x Constructed Area (-0.334); Income x Built area (0.100). For the bivariate local spatial correlation, significant clusters were found for: Forest cover x Income (28% LH cluster in the central-north region of the city); Forest cover x Built area (29% LH cluster, in the central-north and north regions); Income x Built Area (22% LH cluster in the northern region). Overall, there was a negative correlation between forest and income, forest and built-up area and a positive correlation between income and built-up area, reflecting a spatial pattern that favors low-income populations in terms of proximity to forest cover, but this favoring is mainly due to the existence of remnants forests that along the historical process of urbanization of the city were being moved to the peripheral regions.
Resumo: Visto que as cidades são sistemas socioecológicos complexos, é altamente importante estudar a interrelação entre indicadores socioeconômicos e naturais dentro do meio urbano. Os estudos que relacionam cobertura florestal urbana com renda encontraram uma relação positiva, porém a maioria se concentra em cidades de países desenvolvidos. Em contrapartida, países subdesenvolvidos tendem a apresentar um padrão irregular de ocupação do solo e desigualdades sociais. Desta forma, este trabalho tem por objetivo verificar se há correlação espacial entre a renda per capita, cobertura florestal e área construída na cidade do Recife, estado de Pernambuco, e, se houver, analisar se esta correlação é positiva ou negativa, com a finalidade de fornecer subsídios para um planejamento ambiental urbano mais justo do ponto de vista socioambiental. O mapa de cobertura do solo foi confeccionado pela Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Recife, utilizando um ortomosaico de 2013. Os bairros foram utilizados como unidade espacial básica e para os dados de renda, foi utilizado o produto interno bruto (PIB) per capita, em reais. Foram realizadas as seguintes análises: autocorrelação espacial global univariada, autocorrelação espacial local univariada, correlação espacial global bivariada e correlação espacial local bivariada. As variáveis testadas foram o percentual de cobertura florestal, percentual de área construída e valor em reais da renda per capita por bairro. A cidade do Recife apresentou uma cobertura de 1% de atividades agrícolas e aquícolas, 4,5% de água, 2,6% sem cobertura vegetal, 2,5% de área úmida, 49,6% de área construída, 37,6% de cobertura florestal e 2,1% de vegetação herbácea. O Índice de Moran para a autocorrelação espacial global univariada foram 0,339, 0,476 e 0,243 para área construída, cobertura florestal e renda, respectivamente. Para a autocorrelação espacial local univariada observou-se um aglomerado significativo de área construída HH nas regiões norte e central-norte, representando 31% dos bairros do Recife; um cluster LL (39%) formado por bairros com baixíssima cobertura florestal, e para renda per capita, existe um padrão de concentração na área central-norte da cidade (cluster HH), cercado por clusters LH e existência de clusters LL nas áreas noroeste, sudoeste e sul (periferias). Os índices de Moran para a correlação espacial global bivariada foram: cobertura florestal x renda (-0,119); cobertura florestal x área construída (-0,334); renda x área construída (0,100). Para a correlação espacial local bivariada foram encontrados clusters significativos para: cobertura florestal x renda (cluster LH 28% na região central-norte da cidade); cobertura florestal x área construída (cluster LH 29%, nas regiões central-norte e norte); renda x área construída (cluster LH 22% na região norte). Dessa forma, conclui-se que o município de Recife apresentou correlação negativa entre floresta e renda, floresta e área construída e correlação positiva entre renda e área construída, refletindo um padrão espacial que favorece populações de baixa renda quanto à proximidade com a cobertura florestal, porém esse favorecimento se deve majoritariamente à existência de remanescentes florestais que ao longo do processo histórico de urbanização da cidade foi sendo deslocado para as regiões periféricas.
URI: https://repository.ufrpe.br/handle/123456789/4754
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