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Título: “Maria eu observei nas palavras que mandastes dizer na carta que tu ainda duvidas do meu amor, mas você não tem razão de assim se expressar”: a variação dos pronomes pessoais Tu e Você em cartas de amor rurais do sertão pernambucano
Autor: Lima, Tallys Júlio Souza
Endereco Lattes do autor: http://lattes.cnpq.br/6686116967696807
Orientador: Ataíde, Cleber Alves de
Endereco Lattes do orientador : http://lattes.cnpq.br/4301066659702331
Palavras-chave: Linguística;Sociolinguística;Cartas de amor
Data do documento: 2018
Citação: LIMA, Tallys Júlio Souza. “Maria eu observei nas palavras que mandastes dizer na carta que tu ainda duvidas do meu amor, mas você não tem razão de assim se expressar”: a variação dos pronomes pessoais Tu e Você em cartas de amor rurais do sertão pernambucano. 2018. 52 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em Letras) – Unidade Acadêmica de Serra Talhada, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Serra Talhada, 2018.
Abstract: This work aims to present the results of research on the variation of the use of TU ~ VOCÊ in the syntactic position of subject in letters of love produced in the 50s and 70s by two nonillustrious couples from a rural community of the semiarid of the Pernambuco State. In order to analyze the alternation of the treatment forms, we consider the theoretical-methodological contribution of Historical and Variationist Sociolinguistics, aiming to verify the performance of the following factors: category of fulfillment of the filled and unfilled subject and the agreement paradigm between the syntactic elements Subject -Verb (SV). In the quantitative analysis, we were able to indicate: the productivity of the treatment form VOCÊ/TU (LOPES AND CAVALCANTE, 2011), used as a strategy of referring the second person of the discourse. We also identified the preference of executing the pronoun VOCÊ in a filled category, in the two decades observed, some peculiarities in the use of the traditional pronoun TU and the gradual increase of use of the innovative form (VOCÊ) over the years. Considering the agreement paradigm, we can see that, in the remaining documentation for the analyzed period, signs of the current subsystem of treatment used in the state of Pernambuco have been already present: TU/VOCÊ use with average agreement level (SCHERRE et al., 2009; 2015 and 2018).
Resumo: O presente trabalho tem por objetivo apresentar os resultados da investigação sobre a variação de uso das formas de tratamento TU~VOCÊ na posição sintática de sujeito em cartas de amor produzidas, nas décadas de 50 e 70, por dois casais não-ilustres oriundos de uma comunidade rural do sertão pernambucano. Para analisar a alternância entre as formas tratamentais, consideramos o aporte teórico-metodológico da Sociolinguística Histórica e Variacionista, além do o auxilio do programa computacional Goldvarb, a fim de verificar a atuação dos seguintes fatores: categoria de realização do sujeito preenchida e não-preenchida e o paradigma de concordância entre os elementos sintáticos Sujeito-Verbo (S-V). Na análise quantitativa dos dados, conseguiu-se evidenciar a produtividade do subsistema de tratamento Você/Tu (LOPES E CAVALCANTE, 2011), para o interior do estado de Pernambuco, utilizado como estratégia de referência à segunda pessoa do discurso. Notou-se também que há uma preferência de uso pelos escreventes do pronome VOCÊ em categoria preenchida e o aumento gradativo da produtividade da forma inovadora (VOCÊ) ao longo dos anos. Considerando o paradigma de concordância S-V, podemos constatar que, na documentação remanescente ao período analisado, já havia vestígio do atual subsistema de tratamento empregado no estado de Pernambuco: uso de Tu/Você com nível de concordância média (SCHERRE et. al., 2009; 2015 e 2018), sendo que, nos anos 50, detectouse uma coexistência proporcional no uso entre as duas formas pronominais TU e VOCÊ distribuídas dentro do subsistema Você/Tu. Já nos anos 70, percebe-se uma preferencia pelos missivistas no emprego de VOCÊ como pronome sujeito, embora a forma conservadora TU mantivesse-se resistente no subsistema como marca de desinência verbal.
URI: https://repository.ufrpe.br/handle/123456789/1302
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